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A cirurgia Bariátrica é recomendada nos casos de obesidade mórbida e podem ser por técnicas restritivas ( limitam o volume de alimento sólido ingerido pelos pacientes), técnicas disabsortivas (É feito um grande desvio do alimento, que vai para o intestino grosso) e técnicas mistas (associam as técnicas restritivas com as disabsortivas, ou seja, fazem uma limitação ao volume de alimento sólido ingerido e um desvio menor no trânsito do alimento no trato gastrointestinal).
No Brasil existem hoje quatro
técnicas regulamentadas pela Resolução nº 1.942/2010 do Conselho Federal de
Medicina (CFM), que estabelece normas seguras para o tratamento cirúrgico da
obesidade mórbida, definindo indicações, procedimentos e equipe. Os demais procedimentos
e técnicas cirúrgicas para o controle da obesidade não apresentam indicação
atual de utilização ou ainda estão em fase de estudos.
1 – GASTRECTOMIA VERTICAL
A
gastrectomia vertical remove de 70 a 85% do estômago do paciente, transformando-o
em um tubo estreito. Desta maneira, há redução do hormônio grelina, associado à
fome e a absorção de ferro, cálcio, zinco e vitaminas do complexo B não é
afetada. Se não funcionar, pode ser transformada em Bypass Gastrico ou
Derivação Bileopancreática, mas não é reversível, como a Banda Gástrica. Além
disso, por envolver procedimentos mais complexos também está ligada a um risco
maior de complicações. Corresponde a 15% dos procedimentos.
2 – BANDA GÁSTRICA
A
Banda Gástrica é um dispositivo de silicone colocado no começo do estômago. Ela
fica ligada a uma espécie de reservatório no qual é possível injetar água
destilada para apertar mais o estômago ou esvaziar para aliviar a restrição. A
vantagem do método é o fato de ele ser reversível, pouco invasivo, o que reduz
a mortalidade, e permite ajustes individualizados. Por outro lado, há risco de
rejeição da prótese ou infecção e a perda de peso é, muitas vezes, insuficiente
para que a saúde do paciente seja considerada estável. Ela é inadequada ainda
para pacientes com compulsão por doces, portadores de esofagite de refluxo e
hérnia hiatal volumosa. Ela corresponde a 5% dos procedimentos.O Bypass Gástrico diminui para 10% a capacidade do estômago, restringindo a quantidade de comida ingerida e desviando esses alimentos para a primeira porção do intestino, chamada duodeno, até a porção intermediária do órgão, chamada jejuno. Dessa maneira, há redução do hormônio grelina, responsável pela fome e liberação de hormônios próprios do intestino que promovem saciedade. Com ele, o apetite do paciente é reduzido praticamente sem diarréia e desnutrição, e doenças associadas à obesidade apresentam rápida melhora. Os riscos incluem fístulas, embolia pulmonar e infecções. O Bypass corresponde a 75% dos procedimentos.
4 – DERIVAÇÃO BILEOPANCREÁTICA
A
Derivação Bileopacreática é uma associação da Gastrectomia Vertical, com 85% do
estômago retirado, com desvio intestinal. Esse desvio faz com que o alimento
venha por um caminho e os sucos digestivos (bile e suco pancreático) venham por
outro e se encontrem somente a 100 cm de acabar o intestino delgado, inibindo a
absorção de calorias e nutrientes. A vantagem é que a técnica possibilita maior
ingestão de alimentos, reduz a intolerância alimentar e promove maior perda de
peso. Por outro lado, pode ocorrer desnutrição de intensidade variável ao longo
do tempo. Diarréia , flatulência e deficiência de vitaminas também são comuns.
A Derivação Bileopancreática corresponde a 5% dos procedimentos.
Do ponto de vista nutricional, os pacientes submetidos à
cirurgia bariátrica deverão ser acompanhados por longo tempo, com objetivo de
receberem orientações específicas para elaboração de uma dieta qualitativamente
adequada. Quanto mais disabsortiva for a cirurgia, maior a chance de
complicações nutricionais, como anemias por deficiência de ferro, de vitamina B12 e/ou ácido fólico, deficiência de vit
D e cálcio e até mesmo desnutrição, nas cirurgias mais radicais. Reposições
vitamínicas são feitas após a cirurgia e mantidas por tempo indeterminado. A
diarreia pode ser uma complicação nas cirurgias mistas, principalmente na
derivação bileopancreática
A cirurgia antiobesidade é um procedimento complexo e apresenta
risco de complicações. A intervenção impõe uma mudança fundamental nos hábitos alimentares dos indivíduos.
Em alguns
casos, uma cirurgia plástica para retirada do excesso de pele é necessária. A
mesma poderá ser feita quando a perda de peso estiver totalmente estabilizada,
ou seja, depois de aproximadamente dois anos.
Uma complicação comum no período pós
cirurgia bariátrica é a Síndrome de
Dumping: pode ser dividida nas
formas precoce ou tardia e é o resultado das alterações feitas no procedimento
de armazenar do estômago. Pode ser diagnosticada por meio dos sintomas que são
apresentados pelos pacientes submetidos à cirurgia gástrica.
Dumping precoce:
ocorre por volta de 30 a 60 minutos após a refeição e pode ser
decorrente do esvaziamento gástrico, levando a desvios do líquido intravascular
para a luz do intestino. Isso resulta em uma distensão muito rápida do
intestino delgado, aumentando as contrações do intestino. Seus sintomas são
diarréia, náuseas,cefaléia e
rubor.
Dumping tardio: pode ocorrer
de 1 a 3 horas após as refeições e a oferta rápida de alimento para o intestino
delgado causa uma alta concentração de carboidratos no intestino delgado
proximal e na absorção da glicose. Os altos níveis de insulina causam uma
hipoglicemia subsequente. Seus sintomas são tremores, dificuldades para se
concentrar, redução da consciência, fome e perspiração.
Fonte:
ABC.MED.BR, 2009. Tipos de
Cirurgia Bariátrica. Disponível em:
<http://www.abc.med.br/p/obesidade/35873/tipos+de+cirurgia+bariatrica.htm>.
Acesso em: 9 jan. 2014.
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Márcia Mariani
Nutricionista
CRN 7313
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