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A palavra glúten tem origem no latim, sendo que gluten significa cola, isso porque o glúten é
uma substância viscosa. Ele é uma proteína composta pela mistura das
proteínas gliadina e glutenina,
que se encontram naturalmente na semente de muitos cereais, como o trigo, cevada, centeio e aveia.
Qualquer receita produzida com um destes
cereais vai conter glúten, ou seja, vários alimentos consumidos por nós no dia
a dia ( pães, bolos, pizzas, biscoitos, macarrão, etc.). A presença da gliadina
torna o glúten uma substância alergênica.
O
glúten é uma proteína de difícil digestão, o que pode gerar algum tipo de
intolerância , principalmente quando ingerida em grande quantidade. No entanto
existe a “Doença Celíaca”, que é uma reação autoimune do organismo provocada
pela ingestão de glúten. As células de defesa atacam o glúten mas ao mesmo
tempo atacam também as paredes do intestino, provocando uma atrofia na mucosa
intestinal que impede a absorção dos nutrientes. É uma doença crônica que exige
a eliminação total do glúten na dieta por toda a vida. Por esse motivo , tanto
para o indivíduo que possui intolerância, como para o celíaco (quem tem doença
celíaca) é importante observar as informações nos rótulos dos alimentos , já
que é obrigatória a rotulagem da presença do glúten.
Muitas
pessoas apresentam intolerância ao glúten e doença celíaca, por esse motivo o
mercado de alimentos sem glúten vem crescendo na tentativa de suprir as necessidades destas
pessoas.
Várias
pessoas associam o glúten à obesidade, principalmente porque o glúten está
associado aos carboidratos e a redução destes diminui o aporte calórico,
podendo ocorrer a perda de peso. Porém é bom lembrar que as causas da obesidade são multifatoriais. O processo
inflamatório causado pela presença do glúten pode ser apenas uma delas e assim
retirar o glúten da dieta não é garantia
de emagrecimento
A revista
Nutrire, publicou em maio/2016 o posicionamento da SBAN (Sociedade Brasileria
de Alimentação e Nutrição) sobre dieta glúten free (DGF). Após uma análise
crítica da literatura sobre as indicações de dieta glúten free os especialistas concluíram:
1) Não há evidência suficiente para assumir que indivíduos saudáveis se beneficiam de DGF;
2) Estudos recentes sugerem que a sensibilidade ao glúten pode ser confundida com sensibilidade à carboidratos de cadeia curta conhecidos como FODMAPs;
3) Dados epidemiológicos sugerem que indivíduos sobrepeso com doença celíaca falham na perda de peso quando submetidos à DGF;
4) Dados experimentais recentes mostraram possíveis efeitos deletérios sobre a microbiota intestinal em indivíduos saudáveis com DGF;
5) As DGF podem ser saudáveis para população em geral desde que a ingestão de outros cereais integrais e hortaliças sejam garantidos.
1) Não há evidência suficiente para assumir que indivíduos saudáveis se beneficiam de DGF;
2) Estudos recentes sugerem que a sensibilidade ao glúten pode ser confundida com sensibilidade à carboidratos de cadeia curta conhecidos como FODMAPs;
3) Dados epidemiológicos sugerem que indivíduos sobrepeso com doença celíaca falham na perda de peso quando submetidos à DGF;
4) Dados experimentais recentes mostraram possíveis efeitos deletérios sobre a microbiota intestinal em indivíduos saudáveis com DGF;
5) As DGF podem ser saudáveis para população em geral desde que a ingestão de outros cereais integrais e hortaliças sejam garantidos.
(Acesse
o artigo na tegra: http://nutrirejournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s41110-016-0005-y)
Esses
dados não fazem do glúten um vilão. A retirada total do glúten da dieta é
necessária para quem tem intolerância ou alergia. Nos demais casos é uma
questão de moderação. Qualquer excesso, do que quer que seja , é prejudicial à
saúde. Assim, optando por consumir ou não consumir glúten, não faça isso sem a
orientação de um profissional. O nutricionista pode auxiliá-lo a fazer suas
escolhas de maneira segura.
Márcia Mariani
CRN 7313
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